sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Meu escudo

Por muito tempo eu andei no escuro, errante como um vulto.
Sem expectativas, sem energia, sem vida.
Ignorava as possibilidades, tinha medo de enfrentar o dia.
Cheguei ao fundo do poço, quicá do próprio mundo.
Não sentia a força, não conhecia a verdade, e nem a luz.
Então veio a palavra, por completa, entregue sem pedidos em troca.
Veio o amor, veio toda a cor de um olhar que conforta.
A imagem que não se vê, a presença que não se toca, apenas sente-se.
Ergui os olhos e vi toda a luz, vi toda a Tua presença, completo, de braços abertos.
Me recebeu em um abraço de pai, me vestiu com toda a paz do seu amor.
Conversou comigo sobre o mundo, sobre seus planos, me escolheu como filho
Me presenteou com uma nova vida, e assim, Nele, eu descobri o meu escudo.
Por isso, a cada nova batalha, antes de me levantar, sei que devo ajoelhar diante Dele
e agradecer a Sua presença, em todas as minhas lutas.

-Lu Martins


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Erguer-se

As vezes temos que abaixar a cabeça, cair de joelhos para poder levantar e enxergar melhor, enxergar o que vem do alto e o que pode verdadeiramente nos fazer sorrir.
Enquanto não percebemos isso, nos debatemos e permanecemos estáticos, sem conseguir ver novos detalhes, portas e janelas que nos direcionam novos horizontes. Somos capazes até mesmo de duvidar da fé que levamos no peito, da fé no outro e da fé em nossa capacidade produtiva.
Erramos, e continuamos a errar quando negamos ajuda, quando nos fechamos, quando precisamos reconhecer a fraqueza pessoal e escolhemos o orgulho e uma máscara que não revela nossa verdade. Somos imperfeitos, e assim devemos ser. Podemos ser perfeitos quando entendermos que perfeição existe aos olhos de quem crê.
Dias difíceis sempre irão existir. Fases complicadas e que nos remete a lágrimas, mas sem isso, como iríamos crescer? Como iriamos perceber a força que existe em cada um, se nunca surgissem oportunidades de usá-la? Então agradeça a chance. Agradeça o seu dia, a chuva que cai, o sol que queima, o vento que te move, e principalmente, agradeça a possibilidade de viver tudo o que se pode viver.
Nada acontece sem um sentido maior, mas nos tornamos maiores quando escolhemos enxergar com outros olhos, e o ruim vira aprendizado, o bom vira gratidão e a dificuldade se transforma em  nova oportunidade.
Comece devagar, mas não deixe de respirar. Ajoelhe, feche os olhos, encontre a si, e se encontre em oração, ouça a verdade que leva no coração, e ao abrir os olhos, erga-se e enfrente de braços aberto a vida que te espera.

- Lu Martins

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Ser teu anjo

Avistei tão de longe tua face, me admirou seu semblante, e quando perto me aproximei, logo me encantei.
Seu olhar confiante, e os passos seguros, a todos enganava ao esconder o coração que pedia socorro.
Percebi suas falhas de atuação, aproveitei a oportunidade, e me apresentei a você, com a mão estendida, pronto a te receber.
Você se assustou no início, tão ausente, distante e diferente era minha oferta, do que lhe era comum todos os dias.
Por mais que fosse da minha vontade, não pulei etapas, e passei a te observar com carinho, cuidando em pensamento e oração.
Foi observando, descobrindo os motivos dos teus raros sorrisos, que você me convidou a entrar em sua vida, e eu pude enfim me assumir por inteiro a você.
Fui enviado de longe, tenho em teu nome, todas as respostas, as causas, e a minha história.
Escondi minhas asas, e as coloquei em teus pés para que pudesse alcançar voos altos, sem quedas que te machucassem além das cicatrizes que guardou na bagagem até aqui.
Você me recebe com um abraço, e eu renovo a fé do amor que me faz te proteger, o motivo maior, em que me faz permanecer, mesmo quando você insiste em se arriscar, com quem só pretende te ferir.
Ser teu anjo, é minha missão. Eu, que só desejo me unir a você, as vezes confundo os papeis e me distraio com a tua beleza, e tua presença me confunde a obrigação. Mas a tua proteção, eu transformei em prazer quando você me convidou a te conhecer.
E assim, seguiremos, eu aqui a te cobrir do mais verdadeiro afeto, representando o amor inteiro, digno do Alto, digno da essência mais pura do querer bem, e que não julga, mas conjuga o verbo e sua paz.
Avistei de longe a possibilidade, voei ao seu encontro, me envolvi, e me assegurei, de que seria certa a tua segurança.
Me enlacei, e a aliança que nos envolve as mãos, já une hoje nossos corações, e me visto assim de gratidão e afirmo que ser teu anjo, é a melhor fase da minha vida e missão.

- Lucianna Martins

"Todos os dias um anjo, envio a te proteger, se olhar vai perceber..."

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Sinto a saudade,
consome, invade, entra e fica.
Sinto a brisa,
leve, assombra, mas desmistifica.
Sentimento em êxtase!
Uma porta que se abre, uma luz que se acende.
Não se usa a palavra, mas o tato te convida.
Aguça os sentidos mais sinceros, o olhar e todo nele afeto.
Sinto a alegria,
me abraça, envolve, me motiva.
Sinto a chegada,
vem a lágrima contida, a verdade sem ser dita.
Sinto o amor, a sua doce e sincera presença.
Sinto outra vez em mim, o dom da vida.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Consigo sentir

O sol nasce mais uma vez, agradeço em preces, abro os olhos e novamente a Tua presença me invade, e as possibilidades a minha porta, sigo passo a passo, confiando que estarás ali, me dando o seu braço como apoio.
Toda manhã eu acordo com o destino no meu peito, Tua graça e a força que vem como um sussurro todas as vezes em que vacilo, e dúvidas me cercam. Sinto o abraço do Pai, e enxergo ao lado Seu rosto em sorrisos que me renovam a fé, me renovam por inteiro, e sinto como em um novo instante todo aquele amor, que não se explica, mas aquece, sem queimar. 
Amor que jamais causa dor, amor que não acompanha tristeza. Amor que alivia o peso de noites ruins, amor que sem medidas, cresce e conforta. Sábio aquele que procura amar o que vem do alto primeiro, e só assim, é capaz de receber e dar amor ao próximo, como nos foi pedido.
Sou parte do todo que corresponde a um plano maior, com meus erros e imperfeições que refletem o significado do meu clamor.Aos pés daquela cruz, elevo minhas preces e peço perdão por tantas vezes na dificuldade chegar a esquecer, quem sempre olhou por mim, quem sempre esteve ali, perto e sem nada pedir. 
O sol me chama a atenção, e no alto vejo toda a presença que preciso, toda a luz que me ilumina os olhos. Ouço as Tuas palavras, que com carinho me dizem para aproveitar o mundo que me foi dado, a chance de mais um dia de vida, as novas oportunidades, de amar, receber amor, compreender que eu também fui escolhida para ser filha do pai fiel e protetor. 
Então eu fecho os olhos, sinto o abraço, e me escuto dizendo "Obrigada, Senhor".


"Você consegue sentir, estou aqui pra te abraçar, e como eu fico feliz, só de você Me clamar."

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O importante

Somos reféns das expectativas que criamos em dias que antecedem as horas, sensações comuns a ansiedade, animação e para alguns, até mesmo medo.
Não é fácil lidar com o que para alguns ainda é desconhecido por completo, assim como para muitos, não é fácil lidar com os pesos de angústias do passado, peso do descaso, e do esquecimento.
Mas assim entramos, e nos colocamos diante desse desconhecido campo de colheita. 
Vem em forma de multiplicações as lágrimas multifacetadas, e a cada nova descoberta o calor de um amor maior e puro nos abraça. Somos acolhidos por seres especiais, que chegam a nos inspirar a dar nossos passos pequenos em busca de chegar mais perto, Daquele que nunca saiu do nosso lado. 
São conversas, que nos remetem a infância, e aí sim, é que nos damos conta de que só assim, com esse espírito e entrega poderíamos compreender a totalidade do que poucos hoje enxergam. 
Momentos que nos diferenciam, e ao mesmo tempo nos fazem corresponder a imagem e semelhança. Entramos como pétalas em formação, e nos molhamos com o orvalho mais fino com a luz mais intensa do amor. 
Aprendemos a fazer parte do que nos sustentaria, do que é ser família. Pois são dedicados afetos e atos que nos presenteiam, e novamente são vistos sorrisos, olhares agradecidos e suspiros acolhidos com apertos de mãos. 
Somos carregados em colos, nos tornamos mais uma vez crianças que não se envergonham de entregar toda a alma em abraços sinceros, em corresponder ao outro com todo coração. Nossos olhos elevam a atenção a cada detalhe novo, sem se dar conta de que o novo já estaria se transformando em nosso peito. 
Assim entramos, assim vivemos cada segundo daquele singular momento tão grandioso que jamais conseguiríamos mensurar. E saímos sem os pesos, sem os medos, mais fortes, modificados, mais honestos com quem somos, podemos ser, e com o mundo; gratos do fio de cabelo a ponta do pé, entregues e ansiosos para que caiam sobre nós chuvas daquele orvalho que tanto nos purificou, nos uniu, e nos cativou. 
Saímos pétalas não mais pequenas, mas descobrimos que pertencemos agora, a um jardim onde o perfume mais suave é guiado por Aquele único rosto, refletido em muitos olhares, e em vozes que cantam as alturas, que a partir daquele momento o importante, é a rosa. 

Lucianna Martins


terça-feira, 28 de julho de 2015

Medo de Escurecer

Limpei a vista, e nada vi. Nem o toque mais próximo consegui sentir.
Tudo ficou turvo, tudo começou a rodar sem parar em uma velocidade gradativa e enlouquecedora.
Aonde eu estava, o que se passava e quem eu era, eram respostas que eu não conseguia alcançar com convicção.
Logo veio o frio, e o desejo de que alguém me envolvesse, que alguém constituísse abrigo naquele momento tão avassalador.
Foi de medo que me vesti, e quanto mais escurecia, maiores eram minhas dúvidas, minhas angústias, minha solidão. Foram meus passos que me trouxeram até ali, e quando a hora chegou, eu não consegui seguir.
Parei, escutei, e nada ouvi a não ser meu grito de desespero para que alguém aparecesse, um salvador, um poeta com belas palavras, uma onda de calor. ALGO capaz de me tranquilizar, me fazer voltar a consciência de que o mundo girava com a minha presença, e eu precisava do giro, para voltar a me erguer diante de tudo que era novo, ainda que fosse noite, ainda que fosse gélido, ainda que fosse desconhecido.
São horas que passam sem que um mínimo de certeza do amanhã chegue até mim. Eu me sinto presa, são quatro paredes e várias acusações, receios e culpas passadas. São medos de apostas esquecidas, medos de verdades que não foram ditas, medos de já não conseguir ser o que eu sempre fui.
Hoje eu não tenho medo do hoje, tenho medo de mim, e do que não sou, do que não faço, por ter medo de me aprisionar dentro de mim, sem que ninguém jamais tenha consciência do que carrego aqui, do que aprendi, do que consegui criar em mim.
É, talvez eu tenha me paralisado, talvez o sonho tenha se tornado cinza, e as imagens oníricas já não mais sejam tão nítidas. E vem aquilo que mais me assusta, o medo da saudade que me visita todo dia e eu nada posso fazer, a não ser, oferecer minha atenção e deixar que me mostre outra vez todas as suas memórias e histórias, as assinaturas que carrego em cada parte da minha vida.
Limpo a vista, o sono me vence, assim o chamo, assim, fica mais fácil acreditar que talvez seja uma fase, e que o medo de escurecer, seja a vontade de mudar o ser, sem saber o que o outro dia vai acontecer em mim.

- Lucianna Martins

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Codinome Silêncio

Não é porque eu não fale, que eu não sinta, ou que não me machuque. Ser e estar estão agora tão divididos que meu coração sente o peso dessa inquietação.
Me deixe aqui, ou talvez veja eu partir.Não sei mais no que confiar, de que lado estar, onde estará tudo aquilo que planejei, onde eu estarei? Sei que dói, machuca e rasga tudo que foi construído. Tantos detalhes bonitos que lamentavelmente perdem o brilho, a cor, sua inexplicável mudança de humor. A janela que não deixa a luz entrar, o silêncio presente em todo lugar.
Agarro a oportunidade, aquele ínfimo momento em que me faço meu próprio algoz. Mas tenho que seguir adiante, não importa quantas amarras eu destrua, quantas memórias se tornem confusas, ou quanto medo exista no passo seguinte.
Prefiro não revelar tudo em palavras, mas conto com o gesto. Conto o fato em meu olhar, no suor que minha mão revela ao encostar na tua, e por Deus, peço, quando me disfarço de silêncio, que você ainda compreenda minhas escolhas, que você ainda sinta o mesmo calor que nos uniu. 
Veja só como é divertido dividir um momento de silêncio, um momento meu, seu, e transformá-lo simplesmente em uma fotografia nossa. Eu te recebo nos braços, você se veste de segurança e a noite vai embora, e chega em nós aquela certeza de ser amor, ainda que seja silêncio. 
Ontem ficou pra contar depois, afinal, sempre metemos os pés e o coração no hoje, torcendo, rezando para que o amanhã existisse e fosse bom. E lado a lado, assim foi. Assim vem sendo, e assim ainda é. Já não existem declarações exageradas, diárias, mas como o silêncio grita quando a gente se encontra, seja na cama, seja na estação, seja no toque das peles no sofá diante da televisão. Eu divido, e ele multiplica quando se soma com a tua figura. 
Sei que muito ainda pode bastar, mas basta você chegar no fim do dia e eu esqueço tudo, desejo teu beijo, você corresponde, a gente reencontra pelo meio, e o fim fica tão distante que me invade um sorriso, uma verdade sem ser escrita, uma história tatuada no peito, eu e você do mesmo jeito. Então pra que existir em brigas, em desencontros, ou aumentar o amargurado silêncio que não traz conforto? Sim, eu sei o quanto pode ser belo o momento de refazer o elo, renovar a paz, renovar o amor, mas pra que tratar de formas que tragam dor mesmo que em alguns segundos? Vai explicar o amor, os relacionamentos ou a vida. Vai, mas te veste de sombra, e adota o codinome silêncio, pois não vai ser fácil achar tantas respostas em palavras que não são ditas. Te infiltra pelas paredes, pelos poemas ditos nos olhares, não esquece dos bares, dos boêmios, dos filósofos de botequim, esses serão teus aliados, assim como aqueles que já se entregaram a batalha de um coração partido. Segue confiante, embora talvez seja uma missão perdida, aquela sem sucesso, pois o sucesso de todo amor é não controlar o próximo passo, não medir o sentimento, é aprender a ser guiado pelo momento, mesmo que seja escuro, quente e se der pra agradecer, todos os dias, diferente. 
Você me contou seu caso, e te digo, com gratidão, bem-vindo ao conto mais antigo, de quem deixa a vida ser guiada pelo coração. 

- Lucianna Martins

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Pra recomeçar, você

Outro dia para recomeçar, sorte. Você está ao meu lado na cama.
De olhos fechados, indicando estar perdido em sonhos tranquilos, um meio sorriso.
E aqui dentro de mim, um coração inteiro se enche de paz.
A todo instante, a cada passo dado na casa, eu paro, observo teus detalhes.
Agradeço em silêncio, mas como em um grito, deixo transparecer tudo o que sinto.
Com ar de promessas a serem cumpridas, passos firmes, você vem até mim.
Cai por cima, me envolve, me desarma. Eu me entrego sem esperança alguma de resistir.
Pra que manter aparências erradas, quando o certo vira parte fundamental da rotina?
Eu acerto, marco pontos, recomeço, inteiramente pronta pra ter você.
Renovar as forças, compreender aquilo que foi contado em contos antigos, em histórias infantis. O eterno retorno de tudo o que foi desejado, tudo o que foi sonhado. Tudo, o que eu consigo conquistar, quando tenho você ao lado. Pra recomeçar o conto, a vida, alegria, você.
Me impulsiona porta a fora, mas é só para voltar cheia de flores, com o sol nos ombros e receber o sorriso da chegada, a verdade do olhar, a certeza de que eramos um ao outro esperando encontrar.
Te convido a dançar fora do ritmo, acompanhados apenas pelo toque de mãos, a urgência do contato, o prazer de ser e ter alguém em quem confiar, alguém capaz de ser o melhor para se amar.
Pra recomeçar, voltar a sonhar, você me ensinando a viver. Escolher, e assim, incapaz de me desfazer de suas mãos, retiro do bolso um anel, um beijo dos lábios, e o papel, assino com teu nome posto ao lado.

- Lu Martins

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Não saia de si

Saí do sério.
Portas sofreram, o tempo desacelerou, os passos ficaram apressados.
Não reconheço a face, a forma, o medo, a história.
Fazer parte, do que só se reparte, se desfaz, se desintegra.
Não faz parte de mim, do que sou, do que quero ser, do que tentei ser.
O sol brilha, queima, mas aqui dentro o calor não é belo, é incerto, misturado ao laranja do fogo.
Tanta cores desfeitas em segundos, tudo preto, cinza. Incolor.
Quando foi que aquilo tudo se transformou e rasgou em pedaços o que recebia a palavra suave como nome maior?
Não sou vilã, nem capataz. Não prezo pelo descuido de agir por agir, explodir, desistir.
Ferir a quem se quer amar, cuidar, respeitar. Não faz parte de mim, assim ser, por falta de saber acalmar.
Seja o jogo passional, com doses racionais de dor, melancolia e desespero. Será tudo isso parte do que alguns chamam de amigo, e trazem no peito, considerado como amor?
Entenda-se que jamais alguém será capaz de explicar detalhadamente, ou repassar de forma conclusiva a fórmula mágica, o pote de ouro, como ganhar o jogo.
Jogo esse feito para perder. Se perder, entre tantas descobertas, esquinas, viradas da vida. Perder-se a timidez, a solidão, a mágoa passageira. Perde-se o medo, ou ganha-se a coragem em enfrentá-lo. O medo de explorar as possibilidades, sim, isso faz parte de mim.
E por maior que pareça a dificuldade de coexistir, há algo maior que conduz, que envolve e quase de forma inaudível pede para que não saia de si, não se desprenda de tudo aquilo que entregou.
Voltar atrás e se arrepender. Parar, respirar e saber reconhecer.
Quanta coragem, ou quanta imaturidade. Quem vai atirar as pedras ou colher as flores?
O arqueiro que atira sem um alvo, ou a flecha que muda a direção segundos antes?
Sair de si, desistir, se entregar ou entregar os pontos? Não, não saia de si, aprenda a coexistir. Aprenda a me aceitar assim, a caber dentro do abraço que guardei pra ti.
Uma luz que segue a ponta de dois caminhos distintos, o laço não feito, orientado por aquele descanso no teu peito e enquanto as mãos se encontravam na noite fria, sem estrelas, mas que mesmo assim parecia ter seu próprio brilho.
Já fui ateu, já procurei Deus. Respostas, dúvidas. Memórias e novas histórias.
Fui o descaso de quem quer cuidados, e encontrei dentro de mim uma chance de fazer parte de algo maior quando você chega até mim. Encontrei, quando já não queria lutar, quando tinha a tendência diária a me matar e expor feridas em palavras. Outra vida salva em silenciosa batalha.
Não saia de si, trancando-se e expulsando quem chega pra ficar perto de ti. Aceita o outro, aceite a si. Aceite tudo aquilo que faz parte da descoberta de viver em par, de viver para amar, de viver aprendendo a ser mais, aprendendo a somar.
Será que a flecha atingiu o alvo, ou foi o alvo que se chocou diante da flecha na tentativa de salvar o que de mais bonito seria sua verdadeira entrega?
Será que foi na curva, na jogada antecipada, ou na sorte que pareceu ser a escolha certa?
Quem sair daqui, fica um outro dia, uma outra vida para descobrir.

- Lu Martins

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Eu chego perto, você cria histórias.
Eu me divirto tentando te desvendar.
São mistérios que encontro nesse olhar.
Pulso, intenso. Me sufoca. Me leva pra outro plano. Um espaço diferente. Que fere sem querer medir passos.
Seus sorrisos, suspiro acordada quando recebo você nos braços.
Me enlaço. Sou voluntária. Se existe amor, que venha com clamor, até mesmo com dor. Que seja você, viver, ser. Te ter.
Andei só até esbarrar em seus pés, em teu som, tua voz que marca na pele desejo, viagem interior, ardor e falta de palavras. Falta o ar.
Falta a gente se debruçar sobre a cama, perder a linha. Escrever a página, viver o sonho e andar por essa trilha. Desconhecida amiga, a lua, a luz que me tirou a chance de me manter escondida.
Sou aqui o que tiver que existir pra ser escolhida por ti.

- lu martins

domingo, 15 de março de 2015

Crescer

A vida é um trilho cheio de curvas, paisagens que nos surpreendem. Ainda que se imagine o caminho e o que tem nele, a cada guinada nos prendemos a detalhes novos, diferentes.
Não se engane se alguém disser que cresceu sem dores ou dificuldades. Engana-se o mesmo. Cresceu sim, em idade, anatomicamente. Mas crescer em ideais e emoções, tornar-se evoluído exige sacrifícios. Crescer exige dor, pancada, passadas firmes mas que ainda assim deixam existir quedas pela mesma estrada.
Nem todo dia o sol brilha. Nem toda chuva vira tempestade. Nem tudo o que se escuta é verdade, nem toda mentira que se conta é falta de bom caráter. Há que se abrir os braços, receber da vida o que ela quiser ser, se descobrir, modificando, aprendendo, errando.
Erros. Sempre estarão nos rodeando. Alguns se transformam em fantasmas, outros em aprendizados. Cabe a nós nomeá-los.

- lu Martins

quinta-feira, 5 de março de 2015

Alinne Solo, Alinne

O tempo cura. É o que todos dizem. No seu caso, o tempo foi mais generoso. Te fez crescer, evoluir dons conhecidos, libertar asas que sempre souberam que sonhar era apenas o vislumbre de tudo aquilo que você poderia conquistar.
Uma metamorfose nítida do que é alimentado com amor. Expressou sentimentos seus, nossos, globais. O espaço era desconhecido, você enfim livre buscando o mais que era desejado. Olhar no horizonte, inúmeras possibilidades. Houve medo, ansiedade. Lágrimas em conjunto, todos querendo juntos ser o abraço ao teu alcance.
Chegou, no estilo seu e fez com honestidade e a autenticidade que cabem ao teu nome, admiradores novos, incentivadores antigos se encontrarem em unissonos aplausos gratos por há 1 ano você ter feito o que era predestinado acontecer.
Estrelas brilham acompanhadas, mas as mais fortes como você sempre irão se destacar e as vezes é preciso brigar para poder deixar sua luz não apenas existir, mas iluminar.
O sonho apenas teve seus capítulos iniciais. Afinal, não foi você que sempre nos ensinou a querer mais? Mais alegrias, encontros, amigos, verdades, músicas, histórias, amor, abraços, adrenalina. Pra resumir, Alinne Rosa.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Será o tempo certo?

Eu disse um enfático Agora. TalveZ por confusão, distração você pensou ser em outra hora. Que não seja por negação.
Eu não uso relógio, seu celular conta em outro fuso-horário, e por mais que o tempo espalhe os seus acasos, quando a gente se encontra o tempo fica fora do lugar
Sua televisão no mesmo canal, eu buscando as palavras no papel, as páginas que voam em minhas mãos enquanto fico longe de você.
Parou o tempo, não importa o lugar.
Quando já ficou, quem vai chegar
Se não for amor, a tradução do olhar que me crivou.
As horas que tiverem que passar, eu e você, a gente muda o tempo só pra se encontrar.
Eu não sei ainda tudo sobre você. Quantos detalhes, músicas e filmes, ou o seu estilo de vestir, o que sei é a vontade de te descobrir.
Eu conto cada segundo, será que já aconteceu, será o tempo certo? O que eu vou dizer, será mesmo a sorte, você me escolheu.

- Lu Martins

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Sem desculpas

Outro dia passou e a gente continua a seguir em frente. Lado a lado, talvez, as vezes um passo fora do mesmo ritmo.
Você abriu a porta, eu quis ver o horizonte lá fora. As possibilidades a minha cara, e o medo a segurar minhas pernas.
Sonhar era a meta, que virou plano realidade. O encontro de dois, a virar apenas um, quem sabe multiplicados depois.
Mas as vezes tão de perto parecemos tão distantes, mãos que não se tocam, que não emanam calor entre si.
Eu fixo o olhar em você, em troca, vejo o seu desviando, não perdido, mas calculado.
Eu me abalo, entro em um estado indesejável de dúvidas, rancores, a beira do precipício que você vem criando, e eu ajudei talvez, a concluir. Natural, visceral.
Não há desculpas que sustentem, ou sentimentos que se renovem. Ao menos pra você parece que é melhor perder, deixar de ser. Capricho? Cada um sabe o risco. Eu estou a mercê, com forças se esvaindo a cada negação, a cada dura palavra que me atinge como flecha. Sangrando vou atrasando, arrastando pra um declive sem volta. Vertiginoso paradoxo esse de amar e aprender amando, que nem todo amor basta para o sonho continuar em cores vivas.
Sem desculpas, uma bala perdida, uma nova ferida, uma próxima despedida. Eu não sei. E ficar sem saber talvez me cale, talvez me maltrate, talvez isso acabe. Insistir pode apenas apressar o fim, então, por enquanto eu deixo o que existe ainda aqui exposto, ao seu gosto, a sua disposição. Se ainda vai escolher, só sua próxima palavra pra me dizer.

- Lu Martins

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Ao chão

A casa cai, vai ao chão, por tantas mentiras não se entrega o perdão.
Tantas chances de evolução, desperdícios de vaidades maiores.
É o ego, não estruturado e vinculado a princípios morais assumindo seu papel. O sonho de ser protagonista, desvaloriza a escolha por boas histórias.
O tempo uma hora voa, e os ventos mudam. Levam de nós pessoas, momentos, sentimentos. E o que você viveu é o que vai conseguir guardar, não em murais, redes sociais, fotos ou jornais. É o que guardará dentro de si, a verdade ou a falsidade, plantadas por suas escolhas.
Luta de egos, duelos que no fim só serviram aos olhos do público para entreter. E você quando vai se dar conta de que deixar de enxergar é o que mais te faz perder?
Ainda há chances, mas sem abuso, pois as fichas do jogo acabam, e assim, por si, no fim você será para os outros, o desespero do medo pela solidão, ao choro, caído ao chão!

Lu Martins

Só quem sonha acordado vê o Sol nascer

"Existo onde não sou" Sigmund Freud
"Sem a música, a vida não teria sentido" F. Nietzsche
 
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