Eu observo o tempo e as pessoas.
A passagem do tempo em cada pessoa.
Tudo passa. Eu imóvel, assim acredito de início, sem perceber que eu também sou passageira.
Viramos com sorte, história.
Corre veloz o vento a brincar com o tempo de quem se perdeu ao passar.
Eu observo e remendo os buracos das balas que passaram em guerras antigas. Canções perdidas e pessoas esquecidas.
O tempo cura e cicatriza, mas as vezes a dor se alia à boa memória do protagonista.
E então tudo que passa é apenas porque ameniza.
Que comecem a prestar atenção aos detalhes.
O relógio continua seu jogo pontual, a vida continua seu jogo desleal.
Podem saltar do trem em movimento e ali ficar parados, sem querer continuar a andar.
Até aqueles que parecem inertes o corpo continuam a passar.
Seja em olhar um novo trem, sempre tudo é passageiro. E somos movidos sem saber a ironia, pela vontade de chegar, pela vontade de ficar. Onde se quer estar?
- Lu Martins