terça-feira, 11 de julho de 2017

Aquela menina do acaso

De repente você sai de casa, decidida a explorar o mundo, às possibilidades, se deixar levar pelo que o acaso preparou para você. Sem muitas expectativas, passo lento, manso e de repente ela chega. Envolta em uma surpresa boa, cheia de detalhes que te fazem parar, olhar e ficar imaginando como seria trocar algumas palavras. Ela passa por você suavemente, como uma brisa de primavera em dias quentes.
Você fica presa naquela imagem, naqueles gestos, naquela voz que troca poucas palavras com outro desconhecido na rua, mas aí os caminhos deixam de se cruzar ali, na próxima esquina e você fica apenas sorrindo, encantada por ter começado o dia tão bem. Ao mesmo tempo se perguntando se poderia não ser acaso, mas começar a ser sua rotina e quem sabe ter uma oportunidade de ganhar aquele sorriso direcionado a você.
O dia segue lento, você ainda com aquele pensamento. E se foi coisa apenas de momento, ou seria o momento inicial de toda uma vida? Não, você não acredita mais em paixões a primeira vista ou em romances ideais. O próprio acaso te fez acreditar em coisas mais reais, e menos literais. Ainda assim o relógio é seu carrasco e você só quer voltar a ganhar a rua e procurar aquela menina que virou a esquina e bagunçou todo o seu dia.
Quem sabe, acreditar que não era nada de acaso, e sim predestinado aquele encontro. Então, sem querer, você a encontra ali sentada a sua frente do outro lado da rua. Seu coração dispara, e a coragem vem aos poucos, mas você sabe que tem que ser agora, que pode não ter outra chance. E você vai, afinal, o primeiro "oi" pode fazer valer toda a história no final, ou apenas um sorriso te dizendo que acreditar no melhor do novo dia ainda é seu ponto de partida.

- L. Martins

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O que fica na fotografia

- Fui pego de surpresa hoje por uma saudade avassaladora, mas surpreendente também. Me invadiu uma saudade de nós, dos sorrisos e do amor que enxerguei revendo fotos de um tempo ainda não tão distante. Fiquei me perguntando porque desse aperto no peito se você ainda estava ali a poucos metros de mim. Presente em todos os meus dias.
Mesmo sem respostas para tantas perguntas que circulavam dentro de mim, me vi sorrindo quando as lembranças dos momentos já vividos juntos surgiam como se estivessem acontecendo naquele instante. Então, agradeci. Por tudo o que construímos, aprendemos e vivemos até aqui.
Me deixei levar por aquele sentimento, a saudade dando espaço ao querer voltar no tempo, querer reviver tudo aquilo de forma tão intensa. E foi então que compreendi, que nada volta, nada é igual dia após dia. Tudo se transforma e o que devemos é aproveitar verdadeiramente o momento, a presença, o tempo. Antes que a gente se perca, perca a vontade, a oportunidade.
Compreendi, que tudo tem seu tempo certo para acontecer e que cada um tem o próprio jeito de seguir, de sorrir, dividir e existir, seja enquanto um ou a dois, como fazemos ainda; adotando, adaptando e aceitando do outro o próprio jeito. E a saudade vai continuar aqui, mas aquela foto antiga ainda é capaz de me fazer sorrir, e que seja assim até mesmo se um dia existir um fim.
E quanto ao que ficou naquela fotografia? Todo um pedaço de mim.

Lu Martins

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Suas Cores

A semana começou com um ar pesado, diferenciado. Ela com sono não percebia as nuvens nubladas, os sorrisos apagados e o olhar cansado daqueles que cruzavam o seu caminho. Sonhava a caminho do trabalho, deixava-se balançar no ritmo do trânsito apressado. E eu observava, ali sem saber se era sorte sentir tudo aquilo por ela dentro de mim.
Tudo o que eu queria era proteger, não acordar para avisar que o seu destino estava se aproximando. A arte do querer bem, o imaginário que leva de um ponto ao outro a cada dia, com aquela característica tão singular de descobrir no mesmo ser, um mundo todo novo. O vento gelava minhas mãos e eu querendo tocar nas suas, te poder sentir, sair daquele ambiente tão cheio de olhares e deitar você no meu colo, contar algo bobo e te ver sorrir.

Se eu adormecer aqui, seria certo eu cair.
Foram essas as suas palavras, e eu pensei que eu estaria ali, ainda que com sono pra segurar você, pra te dar a segurança de um sono bom, um descanso tranquilo mesmo em cada curva sinuosa que o motorista investisse sobre a inércia dos nossos corpos tão próximos, e tão distantes. Então de repente, nos separamos, e chegou a hora de cada um seguir o seu destino, na mesma rua, direções contrárias.
Até agora ainda fico imaginando como seria te ver logo pela manhã sorrir. E amanhã, se eu te encontrar de novo, vou agradecer por ter me feito entender que o nosso dia ainda que comece cinza pode nos surpreender. E que mesmo quando o mundo acorde sem tantas cores, você não precisa apagar as suas. Você pode se deixar colorir só por ter a sorte de estar aqui.
- Lu Martins

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Meio de semana.
Você acorda com aquela inquietação, aquela vontade de resolver tudo ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo em que se cala, em que tenta descobrir o que causa essa ansiedade, e o que te faz escolher músicas que tenham mensagens diretas, que atingem o mais sincero de você.
Logo você que nunca gostou de meias verdades, que buscou sempre investigar a fundo qualquer comportamento humano ou justificar cada passo dado, que ama o acaso mas gosta de enxergar o que levou até ali. Por que tantas interrogações se você não sabe nem o que pretende responder?
Concentração. Foco.
Aquele telefone insistente que você finge não ouvir, as mensagens que você apenas passa o olho mas não absorve. Camufla o querer procurar, sabendo que cada vez mais fica difícil de achar aquele sorriso, aquele brilho, aquela paz. Volta atrás e se perde nas lembranças, no sonho vencido, no coração ou no ombro amigo. Por um momento, o foco é se esquecer no tempo. Deixa o relógio da vida continuar, uma hora ou outra em algum encontro você vai ter que parar. A ordem por enquanto, é deixar levar. Acontecer sem saber o que for pra ser.
Meio do dia.
Desistir de esperar resoluções. Resolver agir e dar valor a cada segundo, afinal, quem pararia por você por sequer um minuto? Não precisa gritar ao mundo suas dores, mas também não precisa esconder de você mesmo suas alegrias e o bem que te cerca. Aceite um abraço, o sorriso de um desconhecido no caminho. Seja melhor pra você mesmo e cuide do que leva dentro de si. Não recuse a chance de estar aqui. Mais um dia, mais uma chance, mais uma possibilidade que você cria se permitir-se viver o que tiver pra acontecer com você.



quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Nada mais que um abraço

Eu sei das nossas diferenças, sei dos teus motivos para sorrir, sei até seu olhar antes de chorar.
Todos os teus detalhes contrastando com a minha pele, com a minha teimosia em te fazer cócegas e os dias de frio embaixo da coberta sendo abrigo.
Eu fiquei longe de ti, você se afastou e eu não tive como te envolver e segurar antes da porta se fechar. Antes do seu coração ou o nosso café esfriar. Qual tempestade caiu naquele dia de sol?
Você tão completamente atraente, aquela encrenca que a gente encara com desejo de se queimar.
Fico aqui, ali, aonde for me pego te observando cultivar sonhos, gostos e gestos tão seus, que tudo que eu desejava era nada mais que um abraço. Um afago de brinde talvez, ou aquele beijo quente, que só você tem o dom de encaixar na minha boca.
Não deixe que a razão complete o dia frio, esquente sua vontade de estar dentro desse abraço, do laço que nos uniu. Seja você, sejamos nós, tudo o que sonhamos em ser. Que seu sorriso volte a me desejar bom dia sem nada falar, que a sua voz me chegue com um sussurro de quem deseja receber e ser fonte de prazer.
O teu prazer, a tua calma e tua segurança, presentes no meu lar, no meu peito, no meu jeito de só saber te amar. De você, nada mais que um abraço. De mim, todo os sonhos do mundo que o meu amor tem pra ganhar você, te merecer.
Eu olho você atravessar o caminho, de longe ou de perto, no seu ritmo de passos e tudo o que eu penso em silêncio, é te envolver em um daqueles nosso abraços.

- Lu Martins

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O meu adeus

Nós criamos uma história intensa, bonita e cheia de superações.
Foram erros incontáveis, também superados e que me ajudaram a crescer muito.
Se hoje eu não consigo controlar as lágrimas, e elas aparecem com facilidade, é por doer ver em que ponto de guerra estamos, ver que teu olhar mudou, que é difícil pra você até suportar quem eu sempre fui ao teu lado. As lágrimas vem sem controle, por eu não conseguir entender sua forma de tratar a quem tanto te ama e só quer seu bem, e viver contigo.
Eu não posso modificar o teu querer, nem pedir outra tentativa, ou dizer que vou mudar, não quero ser outra pessoa ao teu lado por mais que eu queira ficar contigo, e se não é o bastante, assim como o amor pra você em um momento de raiva - ou sinceridade, então eu não sou a melhor escolha para sua vida, e o que desejo é o melhor da vida nas suas escolhas.
O dia vai pesar, a saudade vai acompanhar em noites e em músicas, e muito além do meu querer, sei que vai existir ainda muito de você em mim. Assim como torço pra que algo de bom de mim você possa guardar, lembrar e talvez compreender um dia mais do que hoje consegue do que eu sinto, quero e sonho com você. Querer ser amor inteiro por você, sem medo de apenas ser, sentir, sorrir em ti.
Vou porta a fora, como expressou em palavras severas o teu gesto, ainda que impulsivo revelando o meu medo de forma nua, sem dúvida, sem hesitações. Vou me despedir, agradecendo tudo o que estávamos escrevendo, tudo o que em dias nublados ou de sol vivemos. O meu adeus não virá com mágoas, com agressividade ou desejo de coisas ruins. O meu adeus é um até logo saudoso, penoso e de quem foi derrotado enquanto amava, enquanto ama, enquanto apenas vai. Vai por não ter como ficar, vou por não ter como encontrar mais teu abrigo. Vou, porque chegou a hora de ir, ou de deixar que tudo acabe assim, pelo teu querer, pela necessidade de não sentir atrapalhar você.
Eu estive a sua frente enquanto temia essa decisão, eu estive ao teu lado mesmo que fosse pra apoiar sua felicidade sem a minha presença, eu estarei torcendo em silêncio pelas tuas conquistas e estarei com você em pensamento com a amizade prometida, mesmo que não se concretize a sua procura.
Uma jornada se encerra, dois viram indivíduos novamente.
A porta se fecha e a rua surge no abraço, cada um pra um lado. Sem expectativas futuras, passo a passo o recomeço aparece mesmo que sangre, mesmo que se segure no passado e venha com medo.
E apesar de tudo, o meu adeus só queria ter a sorte de mais um beijo teu.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Eu fecho os olhos, respiro buscando um mantra, uma luz.
Dói enxergar com a alma, dói calar o peito, mas chegou a hora de que é preciso ser desse jeito.
A vida segue um rumo não planejado, sequer imaginado. É apenas a vida, sendo vivida.
Que graça teria se fosse tudo milimetricamente garantido de acordo com nossos planos? Não teríamos os encontros surpresas, os olhares curiosos, ou os pensamentos de agradecimento.
Eu fecho os olhos, mas o coração se expande no silêncio. Sente o toque divino, o som do abraço que ninguém enxerga, e em paz, respiro por mais uma fração de segundos existindo.
É final de ano, época de metas, época de aproximar pessoas, criar expectativas, e acreditar que o novo vai trazer coisas melhores. Melhores pra mim, pra você, pra eles, e até um mundo melhor. Como somos suscetíveis a essas expectativas, nós humanos, que deixamos tantas vezes ao longo desse mesmo ano de enxergarmos um a um quem nos cercava.
Tem horas que até os segundos paralisam, duram eternidades, e é aí que eu fecho os olhos. Tento respirar, tento ver um eu já adormecido, cansado, mas com muito ainda de vida a pulsar. É aí que eu me imagino fora de planos, fora de rumo, fora de qualquer padrão, respirando, buscando sem saber o que, mas tentando apenas viver.
As vezes me considero um clássico exemplo de bipolaridade, um clássico drama em busca da felicidade. Que não acredita em utopias, mas que sabe a dificil missão escolhida. Ou será que fui eu a escolhida pela vida?

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Que dia é hoje?

Hoje é dia de ganhar o mundo. Que seja o meu mundo particular para começar.
Que seja o seu mundo em fusão com o meu, ligados por um sorriso ou um silencioso abraço que grita e exala o amor
Ninguém nos ensina medidas exatas para sentir. Afinal a psicologia não seria uma paradoxal ciência subjetiva. E viva! Assim como cada ser que é orientado por ela e que tem o seu íntimo despido na frente de alguém enfim tão atento.
Hoje é dia de ir, voltar, se movimentar. Afetar intensamente alguém com o fato de ser presente, de estar ali na sua frente, ao lado, de entrar na sua vida. E que assim seja, sim, amém! Amem o poder de ser tão pequeno e tão capaz de a outros olhos ser imenso, belo e único.
Hoje é dia de valorizar as trocas, os encontros, as provas e até mesmo as derrotas. Levante, se jogue, se inove. Ninguém vai esperar por alguém que não sabe o que espera de si, da vida, do hoje. Hoje é o dia, a prova do crescimento de ontem e a esperança do novo que chegará amanhã. Mas hoje, ah, hoje é o que importa. Hoje é você quem importa, hoje é a sua história que está vivendo, mesmo que com personagens inusitados pelo caminho ou aqueles já tão carimbados na pele de tão presentes em suas páginas. Tudo bem oferecer espaço a quem você ama, tudo bem, se pra você, eles importam.
Seja generoso, se precisar recomece tudo de novo. Não carregue culpas, não se castigue por causa daquele ilusão ou erro. Hoje é dia de ganhar o mundo, de construir o seu mundo, mesmo que mude tudo, mesmo que tudo seja diferente, quem sabe essa seja a forma de se seguir em frente.
Hoje é dia de agradecer, respire com tranquilidade, alguém protege você mesmo sem você ver. Alguém te traz oportunidades e pede apenas que você as aproveite, hoje é um novo dia de você enxergar o Seu mundo.

- L.Martins

Só quem sonha acordado vê o Sol nascer

"Existo onde não sou" Sigmund Freud
"Sem a música, a vida não teria sentido" F. Nietzsche
 
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