A semana começou com um ar pesado, diferenciado. Ela com sono não percebia as nuvens nubladas, os sorrisos apagados e o olhar cansado daqueles que cruzavam o seu caminho. Sonhava a caminho do trabalho, deixava-se balançar no ritmo do trânsito apressado. E eu observava, ali sem saber se era sorte sentir tudo aquilo por ela dentro de mim.
Tudo o que eu queria era proteger, não acordar para avisar que o seu destino estava se aproximando. A arte do querer bem, o imaginário que leva de um ponto ao outro a cada dia, com aquela característica tão singular de descobrir no mesmo ser, um mundo todo novo. O vento gelava minhas mãos e eu querendo tocar nas suas, te poder sentir, sair daquele ambiente tão cheio de olhares e deitar você no meu colo, contar algo bobo e te ver sorrir.
Foram essas as suas palavras, e eu pensei que eu estaria ali, ainda que com sono pra segurar você, pra te dar a segurança de um sono bom, um descanso tranquilo mesmo em cada curva sinuosa que o motorista investisse sobre a inércia dos nossos corpos tão próximos, e tão distantes. Então de repente, nos separamos, e chegou a hora de cada um seguir o seu destino, na mesma rua, direções contrárias. Se eu adormecer aqui, seria certo eu cair.
Até agora ainda fico imaginando como seria te ver logo pela manhã sorrir. E amanhã, se eu te encontrar de novo, vou agradecer por ter me feito entender que o nosso dia ainda que comece cinza pode nos surpreender. E que mesmo quando o mundo acorde sem tantas cores, você não precisa apagar as suas. Você pode se deixar colorir só por ter a sorte de estar aqui.
- Lu Martins
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