terça-feira, 29 de outubro de 2013

Se o vento permitir

Acordo cedo em disparada pela porta mundo a fora. Com sol ou chuva, sabe o vento onde me levar. Quem adivinharia em que trilhas eu chegaria? Corro quase sempre,  quase tudo se torna urgente.
A estrada que se fecha, a serra fechada, a praia a minha espera, e os meus pedidos aos céus;  se o vento permitir a gente se encontra de novo. Sem discutir com o tempo,  a ele meu respeito por sabedoria e xamanismo, o ancião dos mundos que nos cura em silêncio e com a paciência que nunca entendemos. Se raro, agradecemos.
Escutar a estrada e quem passa ppr ela, enxergar quem tem pressa mas pede ajuda com o olhar, quem mais precisa nesses nossos dias desacelerar. Os conselhos dados, as palavras recebidas, a que horas serão aceitos e por fim, compreendidos? Se o vento permitir a gente volta pros mesmos lugares,  com a bagagem nova e acumulada na vida. Quando for preciso faz bem se deixar levar pelo vento em seu ouvidos, um beijo que parece te fazer perder os senidos. Quem muito explica o que sentiu, esqueceu de sentir e em desespero quer lembrar,  gritar, pedir ao vento sua repetição.  Esse ainda não agradeceu ao ancião dos mundos.
Parar nunca parece me conquistar,  saio em disparada outra vez procurando um novo lugar, novas histórias,  preciso do ar a entrar suave em mim. Sou guiada pelo vento, vou em brisas, me carrega em ventanias, converso com os elementos essenciais, e descubro outra vez quem vai ao meu lado na viagem. O toque do vento me apresenta a fé, o querer bem, o elo que não prende, mas liberta quando toco em nuvens e saio do chão,  sem explicação,  sou eu a voar em todas as direções, sou eu brincando com o vento, e se ele permitir eu mando meus sorrisos por aí.

- Lu Martins

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Descobrir Outra Vez

O tempo cura! Talvez precise de uma atualização nessa frase tão gasta. Sensata, mas não auto explicativa.  O tempo cura, sim, mas com uma grande ajuda de outras frentes.
Primeiro,  você tem que se permitir redescobrir o que há dentro de você,  e se desapegar de tanta dor, da melancolia e a apatia que te visita após algumas decepções e feridas. Como todo programa de cura, o tempo é mestre em desconhecer da exatidão do próprio tempo nessas circunstâncias. Aqui nesse estagio parece não seguir parâmetros mundiais, o tempo corre ou anda mais lento conforme você o percebe.
Seus amigos te incentivam, mas quando você não os acompanha, fica por sua conta e risco sair desse casulo. Sair, por si seria uma vitória capaz de fazer um grande amigo sorrir. E quanto aos seus sorrisos? Quando você vai dar outra chance a eles conquistarem o mundo, um momento, outro amor?
Você desacredita, agora tudo parece cinza e traumatizante foi seus dias passados. Quando estamos assim vemos e lembramos apenas desses dias tristes e sem cores, muito embora tenhamos vivido dias incríveis, divertidos e recheados de gargalhadas e afetos sinceros. Você acha que por segurança é melhor criar barreiras,  muros intermináveis e impossíveis de qualquer aventureiro sequer sentir vontade de transpor. Pura ilusão. Saber que essa armadilha é criada pelo nosso coração e que deveríamos aproveitar e confiar outra vez nas ofertas da vida é tarefa árdua,  e não se sinta mal, mas raros conseguiram sair ilesos. Como toda grande batalha, nem sempre a vitória indica falta de cicatrizes,  mas sim crescimento e sobrevivência. No caso, entretanto,  uma outra peça cotidiana.  Uns acham que basta sobreviver,  quando o que interessa mesmo é viver.
O tempo cura, ameniza,  e aos poucos você volta a sorrir. Então se permite enxergar quem esteve ali, esperando silenciosamente (ou não) aquele instante de esperança para chegar até você. Olhe em volta,  por que não deveria aceitar novas propostas?  Novos primeiros beijos? Novas mensagens e melodias?  Novidade. É, dizem que um novo amor sempre resolve antigas dores. E quer saber?  Não é um novo amor apenas, um novo personagem,  mas sim você voltando a acreditar outra vez nesse antigo anfitrião. Amor, amor, amores. Encham a caneca até o topo, pois quero sempre esse gosto doce, quente e que traz vida ao dia. Curem o tempo, curem as fotografias, curem a vida. Se cure dessa melancolia,  e apenas repare, pense menos,  e responda a você mesmo - Por que parar no tempo por alguém que já não tem tempo pra você?  Dedique o seu melhor a quem for curioso, quem procurar em detalhes formas de te ajudar a se curar.
No fim, todo novo início depende de si. Tente outra vez se descobrir. Saber quem é você e se despir de medos. Voltar a sonhar e deixar a vida fluir, respirar, encantar e colher os raios de sol que chegarem a você.  Não reclame do calor, mas agradeça por novamente se sentir aquecido, aí dentro, mesmo quando você tiver um coração que já foi partido.
Descubra outra vez o que faz você feliz, e me diga, pra tanto querer, receber em troca, o que você fez?

Acorde pra brisa que vem bater à sua janela.

- Lu Martins

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Acorde comigo

Hoje eu nem reparei se o sol invadiu a casa
Hoje só me interessa saber porque da sua falta
Quando vai voltar e respirar a vida ao meu lado
Por que você não acordou comigo?

Eu sinto o teu cheiro me invadindo o corpo inteiro
O telefone que não toca, uma mensagem pra me avisar da sua volta
Quando você vai usar de novo as chaves que te entreguei
Como eu vou viver feliz sem ser contigo?

Vem e passa mais que uma semana
Vem e me encontra outra vez na minha cama
Os teus braços entre os meus, o teu desejo misturado com o meu
Aquele beijo pra afirmar o sentimento
Eu preciso de você agora, no futuro em todos os momentos

O tempo te levou pra longe eu sei
Logo a vida encontra um jeito, uma maneira
O que foi escrito na nossa pele em prova do que aconteceu
Eu vou te contar de tudo o que passei
E você vai sorrir com a certeza de que nada se esqueceu
A gente nunca se perdeu

Hoje eu quero ler sobre eu e você
Uma declaração escrita no encarte de cd
Tudo novo pra te receber,  mas esse sol que me cega
Essa saudade sincera que me faz te querer aqui
Vem pra outra vez acordar comigo
A vida inteira a gente nesse mundo escondido

O que é o amor se não for
O que eu enxergo nos teus olhos
Me tire a razão,  se entregue ao nosso paraíso,
espero a tua volta, acorde comigo.

-Lu Martins

sábado, 5 de outubro de 2013

Calor

Meu corpo transpira sem pausas, cada gota exalando o desejo existente entre nós.
Minha pele em atrito com a sua,  minha boca nesse passeio frenético sobre teus traços.
Somos sexo misturado com a essência do amor; somos paixão misturada com a certeza do cuidado.
Meu olhar cruzando no silêncio com o seu; seus sussurros fazendo do meus ouvidos moradia, sou refém dessa adrenalina com seu nome.
Seus cabelos em minha mão, são sons calando com beijos, somos outra vez a pintura prima do desejo.
Saio dessa atmosfera quando escuto seus pedidos por mais, cicatrizes na pele reforçando a vontade e o calor entre os corpos;  são marcas do que aconteceu,  do que foi real, do que foi inevitável.
Somos prazer, loucura declarada no posto que assume com tanta presença na minha frente, somos de imediato amor fervente,  respiração abalada e libido urgente.
Calor. Ondas trocadas entre mãos, lábios,  pele. O toque, a pureza de sentir o coração infinito,  ser duas almas a transformação em um conjunto indivisível.  O momento exato em que chegamos ao ápice do desejo, nos vestimos de prazer encobertos apenas pelo calor dos nossos corpos, entregues,  e outra vez extasiados.
Meu eu junto ao seu,  o encontro perfeito que aconteceu. O encontro que não se esquece. O encontro que no futuro permanece.

- Lu Martins

"O corpo quer a alma entende..." 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Olhar no teu

Dias inteiros eu vivi em solidão,  desacreditada no que falavam sobre paixão, amor e outros sentimentos bons. Não por nunca sentir, mas por não compartilhar por inteiro na devolução de outro alguém.
Meu mundo girava sempre entre os tons de sepia ao preto e branco, com raros momentos de luz clara,  quase por um breve instante em noites sem sentido interior.
E eu apostava nos passos de andarilho sem rumo, sem casa, sem data e hora, que um dia talvez aquele abrigo retornaria a esse carente ser que levo no peito, com apelidos literários de coração. Foi em uma dessas viagens por terras conhecidas que encontrei você,  foi sem saber que o receio sairia de cena e construiria um roteiro completo de sorrisos, paz e cumplicidade para meus dias nessa vida. 
Como arte de ser teimosa criei dúvidas,  artimanhas para poder me proteger, mesmo querendo arriscar. O seu toque em minha perna, o carinho no cabelo, ou o cuidado com o frio que não me era comum naquela colina esverdeada. O primeiro contato com o presente que receberia todos os dias ao teu lado.
Mas foi o meu olhar no teu que completou minha rendição. Você não compreendeu de cara, que eu já estava a mercê dos teus caprichos,  risos e desejando te descobrir ali, naquele descanso na grama, me levando pelo som das tuas palavras,  a beira de chegar tão perto da sua boca.
Foi meu olhar no teu que despertou uma luz, uma vontade,  uma forma de desatar os nós há tempos amarrados em minhas mãos. Foi segurar a tua e beijar sua nuca, sentir teu corpo naquele frio esquentar por inteiro com um arrepio, foi desejo, foi calor, foi o primeiro elo do nosso amor. Foi a chance de ser feliz que se instalou em mim, e foi com você que eu voltei a sentir essa urgência,  essa vontade inacabável de viver.
Hoje sou ainda mais capaz de sentir esse calor quando o meu olhar cruza com o teu, quando das besteiras que eu falo surgem teus sorrisos, quando no meu abraço te sinto respirar leve, e quando sustento teu olhar no meu vejo que só posso definir paixão,  amor, a nossa união como a completa forma de se encontrar não somente alguém para ser feliz, mas a pessoa certa por quem se é feliz.
Entregue meu coração já foi, minha vida e meus sonhos, e ao agradecer a sua presença,  quando lembro o meu olhar no teu é que por sentir, imagino o que tentaram definir criando a palavra felicidade. Somos assim adjetivos, sujeitos e predicados sobre do que o amor trata, se não bastar isso, te diria, ou a qualquer ouvinte, que eu e você somos o que todos buscam quando decidem viver, somos o que sabemos, somos a obra prima do verbo amar.
Por isso, por tantas descobertas ao receber em mim o seu olhar, é que peço que nunca deixe de me encarar. Eu estarei aqui, um alvo feliz das tuas vontades,  do teu jeito, do desejo presente,  eu estarei aqui a espera de uma chance para vencer a saudade, eu estarei aqui, a entregar meu coração completo quando o meu olhar cair sobre o teu.

- Lu Martins

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Desculpa, amor

Eu quis ser o melhor, dar a você meu melhor.
Quis te parecer, e ser fortaleza a qualquer momento.
Eu quis considerar todas as formas criativas para te oferecer meu amor.
Quis ser teu cuidador, proteger quando fosse preciso te defender.
Desculpa,  amor, se não consegui ser.
Eu quis apagar os meus erros, mas eles não sairam todos de mim.
Quis te oferecer um mundo novo, sem ver que abria possibilidades ruins pra você conhecer.
Eu quis regar teus dias de alegria, risadas e sonhos.
Desculpa, amor, por não conseguir ser.
Eu quis encontrar razões pra te ajudar a crescer.
Quis te ensinar a deixar de sobreviver e começar a viver, e esqueci que te mostrava o lado ruim que ela pode ter.
Eu quis, eu tentei ser o melhor, ser forte, ser inteiro, ser perfeito.
Mas me desculpa,  amor, isso eu nunca vou conseguir ser.

- Lu Martins

Passo a passo

Mundo novo.
Janela de frente para a vida.
Sou esse passageiro das horas corridas.
Não mudo por mudar, sou metamorfose emocional.
Mudo de novo.
Invento um jeito de viver o dia.
Sou passo por detrás daquela figura colorida.
Não tenho muito a perder, o meu prazer sei onde encontrar.
Volta e meia, hora de conquistar.
Um passo a frente pro meu desejo presente.
Receber um sim quando o olhar diz que não,  mudar o seu mundo é meu ofício.
Meu passo a passo, encontre um tempo e vai ficar aqui.
Mundo todo, ser um novo sonho.
Ofereço o jogo, mas entro sem medo da partida.
Não fico mudo, quando quero tua boca calar.

- Lu Martins

Só quem sonha acordado vê o Sol nascer

"Existo onde não sou" Sigmund Freud
"Sem a música, a vida não teria sentido" F. Nietzsche
 
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