quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O que fica na fotografia

- Fui pego de surpresa hoje por uma saudade avassaladora, mas surpreendente também. Me invadiu uma saudade de nós, dos sorrisos e do amor que enxerguei revendo fotos de um tempo ainda não tão distante. Fiquei me perguntando porque desse aperto no peito se você ainda estava ali a poucos metros de mim. Presente em todos os meus dias.
Mesmo sem respostas para tantas perguntas que circulavam dentro de mim, me vi sorrindo quando as lembranças dos momentos já vividos juntos surgiam como se estivessem acontecendo naquele instante. Então, agradeci. Por tudo o que construímos, aprendemos e vivemos até aqui.
Me deixei levar por aquele sentimento, a saudade dando espaço ao querer voltar no tempo, querer reviver tudo aquilo de forma tão intensa. E foi então que compreendi, que nada volta, nada é igual dia após dia. Tudo se transforma e o que devemos é aproveitar verdadeiramente o momento, a presença, o tempo. Antes que a gente se perca, perca a vontade, a oportunidade.
Compreendi, que tudo tem seu tempo certo para acontecer e que cada um tem o próprio jeito de seguir, de sorrir, dividir e existir, seja enquanto um ou a dois, como fazemos ainda; adotando, adaptando e aceitando do outro o próprio jeito. E a saudade vai continuar aqui, mas aquela foto antiga ainda é capaz de me fazer sorrir, e que seja assim até mesmo se um dia existir um fim.
E quanto ao que ficou naquela fotografia? Todo um pedaço de mim.

Lu Martins

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Suas Cores

A semana começou com um ar pesado, diferenciado. Ela com sono não percebia as nuvens nubladas, os sorrisos apagados e o olhar cansado daqueles que cruzavam o seu caminho. Sonhava a caminho do trabalho, deixava-se balançar no ritmo do trânsito apressado. E eu observava, ali sem saber se era sorte sentir tudo aquilo por ela dentro de mim.
Tudo o que eu queria era proteger, não acordar para avisar que o seu destino estava se aproximando. A arte do querer bem, o imaginário que leva de um ponto ao outro a cada dia, com aquela característica tão singular de descobrir no mesmo ser, um mundo todo novo. O vento gelava minhas mãos e eu querendo tocar nas suas, te poder sentir, sair daquele ambiente tão cheio de olhares e deitar você no meu colo, contar algo bobo e te ver sorrir.

Se eu adormecer aqui, seria certo eu cair.
Foram essas as suas palavras, e eu pensei que eu estaria ali, ainda que com sono pra segurar você, pra te dar a segurança de um sono bom, um descanso tranquilo mesmo em cada curva sinuosa que o motorista investisse sobre a inércia dos nossos corpos tão próximos, e tão distantes. Então de repente, nos separamos, e chegou a hora de cada um seguir o seu destino, na mesma rua, direções contrárias.
Até agora ainda fico imaginando como seria te ver logo pela manhã sorrir. E amanhã, se eu te encontrar de novo, vou agradecer por ter me feito entender que o nosso dia ainda que comece cinza pode nos surpreender. E que mesmo quando o mundo acorde sem tantas cores, você não precisa apagar as suas. Você pode se deixar colorir só por ter a sorte de estar aqui.
- Lu Martins

Só quem sonha acordado vê o Sol nascer

"Existo onde não sou" Sigmund Freud
"Sem a música, a vida não teria sentido" F. Nietzsche
 
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