quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Pelo Caminho

Passei meus dias procurando formas de esquecer.
Horas incontáveis tentando achar justificativas, razões para acreditar.
Não enxergava o que se aproximava, e nem conseguia evitar a partida do que já existia.
Foi preciso ficar fora de área, desistir de pensar.
Assim consegui ver as cores das borboletas, as flores nos jardins; o sol em todas as tonalidades ao se despedir no horizonte.
Sentir a ausência do vento e perceber o silêncio que fica ainda é mais doce do que me prender diante da sua ausência.
Acordo agora consciente dos medos e dos meus desejos; e permito que andem juntos enquanto caminho.
Não evito abrir meu coração, mesmo que esse carregue feridas ainda abertas; deixo que ele se aventure, agora com olhos abertos e vigilantes.
Sinto que estou distante, mas que as portas que passei ainda me receberão novamente, e dessa vez poderei ficar.
Me encontrem então com disposição para escrever o próximo capítulo, uma nova história, uma bela canção, ou uma frase de efeito sobre o que já conhecemos.
Carrego agora apenas o sorriso, os sonhos, o peito aberto e a sinceridade do que aprendi em dias passados.
Caminho e posso hesitar, caminho sem saber aonde ir, mas insisto em caminhar ainda.
Pelo caminho encontrarei pessoas perdidas, outras que me encontrarão; pelo caminho novos lugares ou aqueles que a saudade me pede para voltar; pelo caminho talvez eu resolva andar um dia na contramão e volte tudo até o início.
Enquanto não paro a caminhada, vou aumentando a estrada, novos passos, até um dia encontrar o que procuro, o que procurava e não sabia, até chegar aonde eu queria, pelo caminho que escolhi, e com as regras que criei, vou continuar.

Lu Martins

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Revisitando Você (Parte II)

Não teve volta, não teve vez. Proposta ou discussão que o coração não ganhasse da razão. O seu sorriso ainda é a foto maior da minha estante, as nossas lembranças juntas ainda são as que continuam intactas e teimosas em voltar a serem atuais. Foi olhando pro seu nome em destaque na minha pele que me decidi que era preciso reencontrar o eu, a outra parte que fazia o 'nós'!
E o resumo da história é sempre o mesmo depois de tanto tempo. Eu ainda quero te fazer bem, e você ainda faz com que eu me sinta assim, leve, em contato com o melhor que posso ser, em contato com o seu bem querer. O nosso plano era sempre esse, e ainda mantenho o mesmo pensamento, assim como vejo nos teus olhos que você continua no mesmo eixo.
Ontem foi apenas uma noite em que esbarramos nas gargalhadas, nas garrafas de vinho em cima da mesa, nos pratos que ficavam para serem lavados no dia seguinte. Ontem, apenas esbarramos em nós mesmos e ao te ver assim, tão próximo ainda, tão encantador, tão cheio de mim no coração, foi que percebi que era hora de deixar mesmo a razão, era nossa hora de aceitar as frases imperativas do coração.
"Volta", "Fica um pouco mais dessa vez", "ainda é cedo", foram alguns dos sussurros que o silêncio deixava claro como o dia que amanhecia ao longo daquela conversa tão sincera, tão nossa, tão séria, tão cheia de prosa.
Foi assim que eu voltei a sorrir, foi assim que você deixou de mentir pra si, foi assim, do nosso jeito, sem dificuldade, com medo, mas sabendo que todo encontro era pouco, que cada escolha do passado ainda nos mantinha ali, unidos com as verdades que foram ditas, esperando o próximo segundo, a próxima curva.
Olhar de novo aquela foto na estante, o seu sorriso. Porque ainda me pego sorrindo quando penso em ti, quando lembro da história por tras da foto, do motivo que te fazia sorrir, e do seu jeito apelativo e sincero de dizer que pra sorrir, era só eu continuar ali.
Eu não segui os antigos conselhos, resolvi apostar na nossa dívida, resolvi apostar que era só assim pra curar as feridas, resolvi que pra mim o certo era ficar contigo, era apostar que com você eu sou do meu jeito, e que desse jeito foi que eu conquistei você por inteiro.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Uma semana ♪

'Ontem as coisas mudaram', o anjo me falou
Te trouxe um presente que guardava no meu coração
Um amor sincero, todo feito pra você, pra te dar
Te mostrar o quanto é certo a gente se amar.

Eu digo que te amo, você olha nos meus olhos
Você diz que é agora a nossa história
Como duvidar, se você continua aqui comigo
Do mesmo jeito que era lá no início.

Eu vou te dizer baixinho pra te convencer
'Vem me namorar hoje, agora, a noite, e sempre'
O seu sorriso eu vou ver e entender
que a gente se escolheu há um tempo atrás.

Em uma semana tudo muda, você volta
E a gente vai continuar, seguindo sonhando
com uma chance de poder viver a vida inteira
só eu e você, e o céu como tiver que ser.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Onde você vai estar?

Pra que sofrer se o tempo que nos resta é curto demais?
Pra que parar de andar, se o mundo faz você voltar a acreditar?
Um dia comum é o que queremos, é o que agradecemos quando a noite chega.
Com quantas pessoas você pode dividir um minuto de silêncio? Aquele segundo pra pensar no que estava acontecendo com você, com outro alguém, com o que te preocupava ou não. Ainda que fosse só distração, ilusão de ver o tempo parar. Ainda pergunto, "onde você vai estar"?
Pra que esperar se você pode mudar, se levantar, voltar? Sair do lugar, sair de si, sair, mesmo quando se quer ficar. Não foi só você quem resolver andar.
Pra que ter tanto medo de surpresas, novidades, verdades? Aquela vez você foi capaz de ser apenas você, e estampava a sinceridade no sorriso, no gesto, no querer. Aquela vez que não duvidou de você, e foi o melhor dia da sua vida, só um dia comum, ou fora do comum pra você, mas não para aqueles que fazem do comum o início de algo extraordinário.
Nada é mesmo para sempre, e o que é dito como sempre é relativo. Tudo volta, retorna pro início, chega ao fim, se tranforma, fica em construção inacabada, é esquecido ou não, mas tudo depende do que vocÊ está fazendo agora, quem está perto e ao teu lado, de que lado você está e pra onde deseja ir. E te conhecendo bem, eu ainda pergunto 'onde você vai estar'?, não só agora, ou anos depois, mas quando for preciso eu te encontrar.


(0109-14122011)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

(...)

É calor, é tempo correndo contra mim
O rádio alto pra não me fazer pensar
Não dá pra fingir, ninguém consegue mentir

Demorou / mas eu tava por aí te procurando
Agora que te achei / o que será de nós?
Me diz por que / eu e você
Não estamos acreditando?

Aquele velho ditado é tão meu e seu
No amor e na guerra tudo é permitido
Lembra que eu te imploro, eu volto
esquece do mundo e vem ficar comigo.

Outra chance, a felicidade sorriu
A linha do nosso destino, o mesmo amor
Ficar bem do meu lado, só do teu lado.
Ainda não acabou, a gente só começou.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Revisitando Você (Parte I)

Não segui conselhos de amigos, não deletei você da memória do meu coração.
Mantive você exatamente da mesma forma, com os mesmos cheiros, os mesmos sabores, as mesmas vontades que compartilhamos por dias, meses, as horas que beiravam a intensidade e a novidade de dividir segredos ocultos de nós mesmos.
Não consegui dizer adeus, não foi isso que você me pediu, e eu também nunca desejei te apagar das minhas melhores lembranças, dos meus medos de criança, da minha ansiedade por ter encontrado um presente secreto, aquele "x" no meu mapa pessoal.
Hoje fiz diferente, passei o dia pensando em você, no que ficou guardado, esperando aquele reencontro tão assustador. Pensei no silêncio, no seu rosto, no meu coração acelerando no mesmo compasso do seu e no abraço que a gente não deu, na despedida que não convenceu, no que ficou ali pra continuar e nunca ter fim.
Eu refiz o caminho traçado, o que ficou por ser dito. Escutei cada verso que você cantarolava quando o assunto acabava, lembrei do seu disfarce mais sincero, a teimosia de dizer que se apaixonou pelo meu jeito, e da falta de jeito que ficava no ar com meios sorrisos. As voltas que você fazia pra dizer da melhor forma os "eu te amo" que me derretiam, esperando que eu dissesse o mesmo quando perguntava 'como foi o seu dia'?
Tão natural reencontrar a sua voz no mesmo tom que eu sonhei há duas semanas, tão natural que seja você que dança ainda no meu coração como uma criança, tão natural que eu seja assim, tão cheia de você. Tão natural que seja só saudade, que seja mesmo essa verdade, que eu gosto ainda de amar você.
Por quantas perguntas eu me deixei passar, por quantas fotos eu percebi minha respiração mudar o ritmo, e por quantos sorrisos eu vi formar no meu rosto quando lembrei do teu olhar diante do meu?
Hoje eu fiz diferente, revisitei o que eu achava não fazer parte do meu presente. Não foi como eu gostaria, mas as velhas melodias não me fizeram tão mal. Foi bom pra mim não te esquecer, foi bom pra mim saber que eu recebi muito de você, vai ser bom pra mim poder falar de ti pro meu coração. Mesmo que passem centenas de estações, que as músicas se percam em uma caixa antiga, que essa história não seja a mais bonita, mesmo que você não volte pra repatriar a sua alegria dentro da minha morada, ainda assim, vai ser bom pra mim te levar aqui, aonde você sempre quis estar, aonde eu quis te guardar.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

É cedo pra muita coisa

Como parte da minha personalidade, acomodar com as mesmas coisas não é algo que me satisfaça. Não quero falar que o ano tá acabando, o que eu fiz ou deixei de fazer, e os planos não realizados que foram remodelados pra serem cobrados a partir de janeiro.
É cedo pra isso, é cedo pra muita coisa.
Há quem só reclame do que ficou, do tempo que passou e não aproveitou e consiga reclamar até da folha que cai e entoa xingamentos à brisa mais suave causadora de tal delito natural. Com que finalidade? Apenas externalizar o seu desgosto pessoal, suas projeções em um mundo que não beira a perfeição, mas tem muita coisa adorável de ser enxergada, assim como você ou aquele sujeito que insiste em só ver os negativos e não o colorido da imagem.
É cedo pra mudar essa posição, é cedo pra muita coisa, acredite. Só é tarde pra quem já se deu por vencido.
Não se permita comparar com os seus "eus" do passado. Já foi, já não estão mais aqui no agora. Seja grato, muito te ensinaram, mas cada coisa no seu tempo, cada história tem o tempo certo pra acontecer, e se é cedo ou tarde é você quem decide. Um conselho, um aviso: Pode parecer tarde pra recuperar o que já foi, mas você pode fazer desse segundo o momento exato pra escrever novas linhas, pra desde cedo construir novos significados, novos amigos, conhecer novos lugares, e se redescobrir.
É cedo, é agora, nunca é tarde quando se quer viver o máximo que a vida pode oferecer.
Se deixe levar pelos encontros inesperados, se deixe acordar pelas primeiras luzes do dia, se deixe em modo disponível pra enxergar um belo sorriso, ouvir uma boa música e viajar em uma grande história. Se for cedo ainda pra você, se essa dúvida bater, lembre que é bem melhor ter começado antes de todo mundo a ser feliz, do que ser o último a perceber que aquele segundo não volta atrás, que a chance passou, e que você continuou estático, preso ao meio termo. Não seja tão rígido, tão pontual, tão o que você é hoje.
É cedo ainda pra cometer novos erros, mas como tudo que é cedo, ainda vai haver tempo pra consertar, ainda vai haver tempo pra reescrever, ainda vai haver tempo pra aprender novamente. Não deixe pra última hora, não deixe a vontade de querer passar. É cedo pra você, é cedo pra um novo tempo, é cedo pra abrir mão de seus sonhos, é cedo pra muita coisa.
Que seja tarde apenas para desistir de sorrir, pra você e pra mim.

Só quem sonha acordado vê o Sol nascer

"Existo onde não sou" Sigmund Freud
"Sem a música, a vida não teria sentido" F. Nietzsche
 
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