To trancada em um espaço escuro
Quem vai me libertar agora?
Será você ou outra pessoa nesse mundo?
Vejo o tempo passar pela janela, e o sol não consegue atingir o meu esconderijo.
Joguei fora as chaves dessa vez, a esperança é que te dei a única senha de entrada e agora além de você ninguém mais poderia me encontrar.
Não, isso não é um pedido de resgate. Não precisa vir, não precisa mostrar interesse. Não quero que você sinta pena, e a verdade é que eu já nem sei o que quero.
O cinza agora me satisfaz, as cores todas deixo a você. Que elas acompanhem os teus sorrisos, os teus dias e até teus amores. Eu fico na companhia mais fiel da solidão que escolhi, eu me desligo e um dia quando cansar disso tudo também, eu decido se fujo ou se volto.
Por enquanto apenas me permita sumir, sair do primeiro plano, ir pra onde poucos conhecem e você sabe bem a confusão que é, quero me perder dentro de mim.
Não se espante se eu demorar, ou se eu não te receber com um sorriso, alias fique com os meus todos, pois já não combinam com meu coração. Escolhi, não por desistir apenas, mas quem sabe eu faça das cinzas desses dias tristes e solitários o equilíbrio necessário para descobrir o que quero, o que amo e o que você significa pra mim. Não se assuste, a culpa não é de ninguém, não há culpa, só pequenas doses de assuntos inacabados e boas lembranças. Lembro agora que queria não querer você aqui, que queria fugir, que queria desistir e com tantas palavras eu queria mesmo é que no silencio do escuro do meu quarto você voltasse, e sem explicação alguma sorrisse pra mim.