O tempo faz questão de zombar de mim. Me persegue, insiste em dizer que é o senhor maior, que as coisas só irão acontecer pela sua vontade.
Por mais que eu tente sempre alguém me faz lembrar que estou a mercê desse carrasco tão cruel e criativo. O tempo me ensina, mas também me arranca presentes preciosos, vivemos nesse dilema de saber receber e perder as vezes no mesmo instante.
Tempo, tempo, tempo. Quantas vezes acreditei que você iria curar minhas dores, e quantas vezes me pediram paciência com você. Perdi as contas, e com você me perdi pelo caminho.
Ainda espero que você me surpreenda e traga novidades inesperadas, que realize meus desejos. Tempo, pra ser sincero queria que você não fosse tão presente as vezes, seu nome me assusta, seu nome me consome em calafrios. Você foi a desculpa muitas vezes mais covarde, e por aceitar as suas ordens, me afastei de quem me completava.
Tudo bem, você foi mesmo necessário, não estava em nossas mãos, mas seu limite é grande demais, e por mim quero sair vencedor, quero me sobrepor a você e reconquistar o que me levou. Tempo, corra então, faça uma trégua comigo, te dedicarei honras infinitas, mas tenha piedade, seja justo e me devolva a chance de estar com a outra parte do meu coração.
Senhor maior, mestre, ditador, onipresente, chega de lições por enquanto. A ampulheta não quer mais rodar, a areia se cansou e eu já me encontro a forças e a paciência não me tem mais como amigo. Tempo, tire férias, deixe que Eros se encarregue dos meus dias, compreenda que o desespero já me arrasta para o fim, deixe minhas engrenagens correrem soltas e a liberdade me seja instantânea. Tempo, me leve aonde eu quero ir, me conduza nas ventanias e mande meus beijos caso me negue a chance do reencontro, ou se for justo me coloque pra dormir para sempre se não me permitir viver novamente a dois.
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"Existo onde não sou" Sigmund Freud
"Sem a música, a vida não teria sentido" F. Nietzsche
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