sábado, 16 de outubro de 2010

Uma corda

Dia após dia, horas passam sem que você conte os segundos, se tudo correr bem, foi apenas mais um dia em que você sobreviveu. Quando chegar a hora de não esperar uma mão pra te erguer após quedas sem fim? Ou quando enxergar que terá momentos que só você é capaz de entender, ainda que seu maior desejo seja ser entendido por alguém? Como toda grande questão da vida, essa fica por sua conta e risco, com acertos e erros duvidosos, incertos, que só você decide se é apenas mais um dia, ou o dia esperado pra ser diferente. Quantas vezes mais vai ouvir pelas ruas, em frases de amigos, que a escolha de fazer valer a pena é sua, e não compreender que sim, o velho clichê de um ditado é o rumo mais certo de se seguir? Quando a falta de sentido, é tudo o que tem como certeza. A velha luz no fim do túnel, a tão sonhada guinada no caminho. Quantos túneis ainda virão, quantos caminhos aparecem na nossa frente, uma curva, uma ponte, uma pedra diferente, e pronto, o velho e seguro caminho de volta pra casa parece ter caído após uma tormenta em um dia de sol.
Quantas lágrimas em dias de sol ela teve, quantos pulos na chuva ele desejou repetir? O velho paradoxo entre o sim e o não, o errado e o certo, o medo e a segurança, o desejo e a razão. Quem foi que disse que precisa existir razão em tudo? Em cada esquina, em cada relação, em cada momento que falta respiração? Chega de respostas forçadas! Repetir perguntas antigas? Viver os velhos atos do passado?
Por que não aceitar a corda lançada a você? Afinal, não era isso que ela esperava, e o que ele podia oferecer? Não, ela precisava de uma corda, mas queria um barco com cadeiras reclináveis. Ele tinha uma corda, mas era dificil lançá-la na hora certa, ou na medida certa, pois queria dar mais, queria construir o barco com uma corda.
Abrir os olhos e ver o que se tem, ou quem se tem ao lado. A clássica confusão entre realidade e fantasia, as mesmas frustrações, as mesmas histórias esquecidas no outro dia... A chuva não traz só destruição, tristeza, ou não deixa você ver o sol. Lembre-se que ele sempre volta a surgir, você apenas não consegue enxergá-lo enquanto seus olhos estão rasos d'àgua.
Mude a imagem, recrie-a, agarre a corda que lhe é lançada enquanto mar lhe convida, ou apenas segure firme a mão que alguém lhe estende durante a queda, não espere pela corda masi forte, ou pela mão mais bonita... elas podem vir tarde demais, ou nunca vir. E o tempo, assim como a chance que teve, não volta outra vez... quase nunca volta...

3 comentários:

  1. Você como sempre fazendo textos incríveis...Reconhecer a ajuda das pessoas e se ajudar é um ato que cada ser humano tem, consciente ou não. Sabes que tens mais não quer reconhecer, essa é a grande burrice!

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  2. ei, tu tá usando dorgas? uheuehueh
    brincando..
    mas pra vc conseguir exprimir assim ideias, com "meias palavras", e conseguir "dizer" coisas que fazem sentido?? só dorgas. euhuehuehuehuehueh
    é sério, a tua "melodia" (essa tem ritmo tbm né?) faz sentido pra mim.
    beijos. amo-te.

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  3. Adoreiii o texto lu, daqui a um tempo quem sabe nao sai um livro neh. =**********

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"Existo onde não sou" Sigmund Freud
"Sem a música, a vida não teria sentido" F. Nietzsche
 
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