Linhas Paralelas

Eu queria entender você, sem perceber que a minha confusão era mais nítida. Dizer que sim, querer o não. Correr de ti, querer me prender a sua mão. Fazer o oposto do que desejou meu coração desde que nos encontramos.
Sou um complexo andarilho que busca estar completo, um caçador de sonhos a realizar, um arquiteto de planos não realizados ou esquecidos. Me tornei a felicidade que só a solidão engana, me transformei quando deixei de acreditar no medo e aceitei que era comum ser diferente de tantas pessoas no meu mundo, e que era egoísmo querer tudo do meu jeito.
Viajar no espaço que minha mente cria, reconhecer você na próxima esquina. Perder de vista, desaparecer, possibilidades infinitas, tudo é uma questões fazer acontecer, de crer, de ser.
Sem alucinações, exemplos estranhos de uma parte sua de ver o tempo, ou qualquer contradição maior que a lógica, apenas uma realidade descontrolada, capaz de se refazer, de surpreender e me deixar em suspensão enquanto me adapto ao novo canto que ocupo, na casa, na rua, no seu coração, no nosso intervalo de desencontros.
Não aprendi a viver ainda por inteiro, faz parte do meu desejo, mas não tenho certeza de compreender toda a lição, sem controle, vou em parcelas linhas traçadas por alguém superior e misterioso, linhas que cruzam com os seus passos e nos mostram mais do que o acaso, então que seja essa continuidade, que se torne verdade as minhas tatuagens criadas pelos teus contatos com a minha pele, que seja eterno esse segundo que gasto e paro diante do seu olhar, que o ar volte a correr no meio tempo em que fiquei aqui esperando, procurando, me perdendo por ter encontrado as surpresas que enxergo na minha frente, diante do seu nome, diante de tudo o que se cria quando estamos, permanecemos, ligados assim.